A democracia está nas nossas mãos

 


1.º LUGAR DA  III ª EDIÇÃO DO CONCURSO DE CRÓNICA DA REVISTA DE GUIMARÃES JÚNIOR - "DEMOCRACIA NO FUTURO" - PROMOVIDO PELA SOCIEDADE MARTINS SARMENTO (SMS) - GUIMARÃES

A democracia está nas nossas mãos - 

"Abro os olhos e olho para fora da janela. Ainda está escuro, mas não consigo adormecer, porque tenho uma pergunta a ecoar na cabeça: “A democracia corre risco?” Ao princípio, parece uma questão longínqua, uma coisa de adultos, de debates na televisão ou livros de História. Mas, de repente, percebo que esta pergunta também me pertence.

No meu grupo de amigos, política raramente é tópico de conversa. Talvez por sabermos pouco sobre ela, porque é complicada e distante da nossa realidade. É mais fácil discutir sobre a série do momento ou os tiktoks que viralizam. Mas, na verdade, a política está em todo lado: no preço que pagamos pelas compras, na qualidade da escola onde estudamos e até mesmo na rua que atravessamos todos os dias. Só nos apercebemos disto, quando somos mais velhos ou quando algo corre mal – quando a falta de oportunidades é clara, quando os direitos não são respeitados, quando o nosso futuro parece ser decidido por outros.

Às vezes, penso: será que votar faz mesmo uma diferença? Parece que somos apenas mais um número perdido no meio de tantos outros. Mas depois lembro-me de que, há não muito tempo, os meus antepassados lutaram para termos este direito. Votar é mais do que uma cruz num papel. É uma forma de dizer que nos importamos, que queremos ser ouvidos e que acreditamos que as coisas devem mudar.

A democracia não morre de repente. Ela enfraquece-se ao longo dos anos, com o pensamento de indiferença, com o silêncio, com a ideia de que “não vale a pena.” É fácil criticar e culpar os políticos por tudo, mas talvez o verdadeiro problema seja quando escolhemos não participar numa votação. Quando deixamos que os outros decidam por nós.

Quando penso no futuro, imagino um mundo onde votar não é apenas um ato, mas sim uma obrigação. Onde cada um de nós tem uma voz ativa e constante e que possamos votar facilmente através do telemóvel, sem ter de enfrentar filas enormes. Onde o acesso à informação política fosse imediato, sem necessidade de longas pesquisas. Mas esse futuro só será possível se tomarmos consciência da importância da nossa participação em qualquer tipo de votação.

Por isso, mesmo que, um dia, nos tentem tirar este direito tão valioso, uma coisa é certa: vou votar contra!"

ISABEL RIBEIRO (9.º B)


Comentários